sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O sem-teto


Madrugada fria, gelada , sombria, uma fina garoa persistente caía,
anunciando uma piora eminente, na queda da temperatura.
Tudo molhando, ensopando deixando alguns na desventura,
atordoados, descontentes, que a roupa do corpo não possuía.

Procuravam cada qual, um bom e sêco lugar para se aquecer
disputavam esses lugares, muitas vezes com unhas e dentes.
Semblantes visivelmente abatidos, tristes, tampouco contentes
com essa luta insólita, diáriamente, para de frio não morrer!

Mas uma, dessas bizarras personagens, conseguia sobressair.
Vestia-se com roupas, que outrora fora de alto padrão.
Separado dos demais, procurava um bom canto para dormir.

Forrava o chão, com papelão e número atrasado do Estadão,
uma boa dose de vodka Smirnoff, para o frio não sentir;
e como travesseiro usava o bom livro, Cem anos de Solidão!

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